
Na última semana, a mineira viralizou nas redes sociais ao dizer que havia sido selecionada para “se tornar astronauta de carreira”, possibilitando participar de voos no espaço. Ela também divulgou que estará na viagem inaugural da Titans Space, mas algumas informações prestadas por ela são conflitantes, segundo a reportagem.
Quais informações dadas por Laysa apresentam inconsistências?
Em outras ocasiões, a jovem de 22 anos afirmou ser estudante da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e que fazia mestrado em Aplicação de Computação e Física Quântica na Universidade Columbia, em Nova York (Estados Unidos). Ela também disse que representaria o Brasil em uma nova era da exploração do espaço.
- Mas de acordo com a NASA, Laysa não fez treinamento para ser astronauta de carreira nem está no grupo atualmente selecionado para a formação;
- O programa citado por ela é apenas um workshop para estudantes e não um estágio ou trabalho na agência espacial americana;
- A UFMG informou que ela deixou a instituição quando não se matriculou para o segundo período do curso de Física, em 2023;
- Nenhum registro de matrícula com o nome da brasileira foi encontrado na Universidade de Columbia;
- A empresa Titans Space, citada pela mineira, não é afiliada à NASA e não possui autorização para voos espaciais da istração Federal da Aviação dos EUA (FAA).
Para se tornar astronauta da NASA, a pessoa candidata precisa ter nascido nos EUA e portar título de mestre em áreas como engenharia, ciências biológicas, ciência da computação, ciências físicas ou matemática, entre outras. Além disso, há a exigência de dois anos de experiência e 1 mil horas de trabalho como piloto.
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À reportagem, a Titans Space confirmou a seleção de Laysa para a viagem espacial, porém, o nome da brasileira não aparece entre os integrantes da equipe técnica que fará parte da missão em 2029. A companhia comercializa viagens para turistas espaciais com valor inicial de US$ 1 milhão, o equivalente a R$ 5,5 milhões pela cotação atual.

Vídeo investigativo levantou suspeitas sobre a história
Dúvidas a respeito da história contada pela suposta astronauta brasileira começaram a ser levantadas pelo canal Space Orbit, na última sexta-feira (6). A equipe responsável pelo canal do YouTube, especializado em divulgação científica, examinou sites, artigos e páginas oficiais em busca de informações sobre Laysa.
Segundo o Space Orbit, a única afirmação feita pela jovem em seus perfis nas redes sociais que pode ser comprovada é a descoberta de um asteroide, em 2021, como parte da campanha “Caça Asteroides” da NASA. Os cursos feitos por ela não teriam valor para a formação de profissionais.
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“Tudo isso é mentira. Tudo o que ela fala ou é invenção ou um exagero grotesco”, afirmou o dono do canal, Pedro Pallotta, em entrevista ao Metrópoles. O criador de conteúdo também criticou a tentativa de Laysa em se tornar porta-voz da comunidade científica.
O que diz Laysa?
Em nota à imprensa, a assessoria de Laysa Peixoto ressaltou que ela não fez menção a vínculo com a NASA em suas postagens, tendo relações apenas com a Titans Space. A nota reafirma a seleção da brasileira para participar da missão espacial da empresa, comandada pelo astronauta veterano, Bill McArthur.
Ainda segundo o documento, a participação da mineira na viagem foi confirmada pelo representante da companhia, Neal Lachman, mas o site está desatualizado. Quanto à formação acadêmica, Laysa se transferiu para a Manhattan College após deixar a UFMG, conforme a assessoria.
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Depois das contestações à sua história, a jovem desativou o perfil no LinkedIn, onde compartilhava seu currículo e as informações sobre os cursos. Ela manteve a conta no Instagram, porém os comentários não estão disponíveis.
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